quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Rio Jaguaribe segue desprezado pelas autoridades

Mesmo visitado pelo ministro do Meio Ambiente, os problemas que giram em torno do Rio Jaguaribe parecem não terem sido assimilados pelas autoridades.
No dia 17 de junho de 2009, a cidade de Limoeiro do Norte recebeu a visita do então ministro do Meio Ambiente, professor Carlos Minc. Para a ocasião, o leito do Rio Jaguaribe foi limpo e apresentado ao ministro, como também a várias autoridades presentes.
No entanto pode-se perceber que o Rio foi apenas "limpo para o Ministro ver", pois pouco mais de um ano depois, constatamos em visita a campo que o mesmo está abandonado, e com as mesmas mazelas que se encontrava antes da visita do senhor Ministro.
Constatado e registrado em fotos, os restos de materiais de construção e o lixo doméstico proveniente das residências da Rua Inácio Mendes, que fica na margem do Rio, além de plantações, esgotos e animais mortos que são jogados sem nenhum respeito à natureza.
O descaso para com o leito do Rio Jaguaribe pode ser presenciado em qualquer ponto, ao longo do curso do rio. (Fotos: Danilo Cavalcante)
Não fossem apenas os problemas apresentados, ainda temos a mata ciliar destruída, contribuindo assim para o assoreamento do Rio. O reflorestamento que foi anunciado não ocorreu de forma devida, quando seriam plantadas no lugar árvores da mata nativa, como Oiticica e Ingazeira, mudas de Nim Indiano e Mangueira.
Vê-se então que o movimento para limpeza e recuperação das margens e do leito do Rio Jaguaribe não vigorou. Por isso a população deve colaborar com a natureza, não jogando ou queimando lixo no leito do rio, nem colocando entulhos de construção, animais mortos e esgotos domésticos, pois nós precisamos dos recursos naturais para a nossa sobrevivência, já que nossas autoridades parecem que não estão muito preocupadas com a questão ambiental.
*por Danilo Cavalcante Sousa, estudante do curso de geografia da FAFIDAM
Promessas para revitalização do rio caem no esquecimento
Ultimamente várias mobilizações e eventos vêm chamando a atenção para o estado de degradação crescente que se encontra o Rio Jaguaribe, um dos rios mais importantes do Estado do Ceará. Essas manifestações também visam à conscientização da população, principalmente aos que residem às margens do rio, sobre a importância da preservação do mesmo.
No entanto, parece que as manifestações sobre o assunto "entram por um ouvido, e saem pelo outro", tanto dos gestores públicos, em todas as suas instâncias, quanto da população em geral, seguindo a falta de compromisso de todos para com a limpeza e ocupação irresponsável do leito do rio, podendo disso resultar em muitos problemas futuros. A recuperação do rio é vista como necessária e urgente para evitar que situações como as enchentes ocorridas no Vale do Jaguaribe se repitam.
Na ocasião da vinda do ministro Calor Minc, para o lançamento de um projeto de revitalização do Rio Jaguaribe, visava-se discutir os principais problemas do rio e articular ações como a recuperação da mata ciliar nativa das margens do Jaguaribe e combater a contaminação da água por meio de resíduos sólidos e sanitários, que costumam ser jogados no rio. O projeto previa ainda garantir a preservação do manancial para as gerações futuras.
Apesar do problema ser do conhecimento de todos, e das promessas feitas, nenhuma medida foi tomada até o momento buscando uma solução. E a visita do ministro, com todo aquele "oba-oba", parece ter sido em vão.
Uma das principais bacias hidrográficas do Estado, o Rio Jaguaribe sofre com a degradação por conta do assoreamento do leito e a perda da mata ciliar. (Foto: Alex C. Monteiro)
Características
Situada em sua quase totalidade dentro dos limites do estado do Ceará, o Rio Jaguaribe é considerado o maior curso de água do território cearense, com 610 quilômetros de extensão.
Ocupa cerca de 51,9% da área total do Ceará, o que equivale a, aproximadamente, 75.669 km². As cabeceiras de suas sub-bacias servem de limite entre o Ceará e os estados do Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Jaguaribe nasce na Serra da Joaninha, no município de Tauá, e desemboca na divisa entre Aracati e Fortim. No rio, foram construídos os dois principais açudes do Ceará: o Orós e o Castanhão.

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