Mesmo visitado pelo ministro do Meio Ambiente, os problemas que giram em torno do Rio Jaguaribe parecem não terem sido assimilados pelas autoridades.
No dia 17 de junho de 2009, a cidade de Limoeiro do Norte recebeu a visita do então ministro do Meio Ambiente, professor Carlos Minc. Para a ocasião, o leito do Rio Jaguaribe foi limpo e apresentado ao ministro, como também a várias autoridades presentes.
No entanto pode-se perceber que o Rio foi apenas "limpo para o Ministro ver", pois pouco mais de um ano depois, constatamos em visita a campo que o mesmo está abandonado, e com as mesmas mazelas que se encontrava antes da visita do senhor Ministro.
Constatado e registrado em fotos, os restos de materiais de construção e o lixo doméstico proveniente das residências da Rua Inácio Mendes, que fica na margem do Rio, além de plantações, esgotos e animais mortos que são jogados sem nenhum respeito à natureza.
O descaso para com o leito do Rio Jaguaribe pode ser presenciado em qualquer ponto, ao longo do curso do rio. (Fotos: Danilo Cavalcante) Não fossem apenas os problemas apresentados, ainda temos a mata ciliar destruída, contribuindo assim para o assoreamento do Rio. O reflorestamento que foi anunciado não ocorreu de forma devida, quando seriam plantadas no lugar árvores da mata nativa, como Oiticica e Ingazeira, mudas de Nim Indiano e Mangueira.
Vê-se então que o movimento para limpeza e recuperação das margens e do leito do Rio Jaguaribe não vigorou. Por isso a população deve colaborar com a natureza, não jogando ou queimando lixo no leito do rio, nem colocando entulhos de construção, animais mortos e esgotos domésticos, pois nós precisamos dos recursos naturais para a nossa sobrevivência, já que nossas autoridades parecem que não estão muito preocupadas com a questão ambiental.
*por Danilo Cavalcante Sousa, estudante do curso de geografia da FAFIDAM
Promessas para revitalização do rio caem no esquecimento
Ultimamente várias mobilizações e eventos vêm chamando a atenção para o estado de degradação crescente que se encontra o Rio Jaguaribe, um dos rios mais importantes do Estado do Ceará. Essas manifestações também visam à conscientização da população, principalmente aos que residem às margens do rio, sobre a importância da preservação do mesmo.
No entanto, parece que as manifestações sobre o assunto "entram por um ouvido, e saem pelo outro", tanto dos gestores públicos, em todas as suas instâncias, quanto da população em geral, seguindo a falta de compromisso de todos para com a limpeza e ocupação irresponsável do leito do rio, podendo disso resultar em muitos problemas futuros. A recuperação do rio é vista como necessária e urgente para evitar que situações como as enchentes ocorridas no Vale do Jaguaribe se repitam.
Na ocasião da vinda do ministro Calor Minc,
para o lançamento de um projeto de revitalização do Rio Jaguaribe, visava-se discutir os principais problemas do rio e articular ações como a recuperação da mata ciliar nativa das margens do Jaguaribe e combater a contaminação da água por meio de resíduos sólidos e sanitários, que costumam ser jogados no rio. O projeto previa ainda garantir a preservação do manancial para as gerações futuras.
Apesar do problema ser do conhecimento de todos, e das promessas feitas, nenhuma medida foi tomada até o momento buscando uma solução. E a visita do ministro, com todo aquele "oba-oba", parece ter sido em vão.
Uma das principais bacias hidrográficas do Estado, o Rio Jaguaribe sofre com a degradação por conta do assoreamento do leito e a perda da mata ciliar. (Foto: Alex C. Monteiro) Características
Situada em sua quase totalidade dentro dos limites do estado do Ceará, o Rio Jaguaribe é considerado o maior curso de água do território cearense, com 610 quilômetros de extensão.
Ocupa cerca de 51,9% da área total do Ceará, o que equivale a, aproximadamente, 75.669 km². As cabeceiras de suas sub-bacias servem de limite entre o Ceará e os estados do Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Jaguaribe nasce na Serra da Joaninha, no município de Tauá, e desemboca na divisa entre Aracati e Fortim. No rio, foram construídos os dois principais açudes do Ceará: o Orós e o Castanhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário