sábado, 30 de agosto de 2008

A história de Limoeiro do Norte

A cidade de Limoeiro do Norte, conhecida “Princesa do Vale”, situa-se entre dois grandes rios do Ceará (Jaguaribe e Banabuiú), no Baixo Jaguaribe.
Histórico
O povoamento de Limoeiro do Norte teve início em 1687, com a vinda do Sargento-Mor João de Souza Vasconcelos, do Sertão do São Francisco para a ribeira do Jaguaribe, onde, depois de constantes lutas com os índios Paiacus, se estabeleceu no sítio São João das Vargens, que em breve se tornou desenvolvido arraial.
Iniciada a construção, em terras de Bonifácio José Carneiro e Joaquim da Costa Barros, adquiridas do Padre Vicente e seus irmãos, a capela foi concluída e benta no dia 9 de dezembro de 1845, período do início do povoado.
Algum tempo depois, essas e outras terras foram ocupadas por imigrantes provenientes dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, formando novos redutos. Estes foram elevados a povoados, dos quais se destacaram os de Limoeiro e “Tabuleiro de Areia”, que depois viria a ser a atual Tabuleiro do Norte.
A escolha do nome Limoeiro não é consenso da memória local. A história oficial diz que o título vem da existência de uma frondosa árvore que crescia ao lado da atual Igreja Matriz. Acreditando-se ter sido essa árvore plantada por índios da tribo Paiacu que viviam às margens do Rio Jaguaribe. A árvore teria dado nome à fazenda de Antonio Rodrigues, em seguida passou a Vila do Limoeiro e, décadas depois, a município de Limoeiro do Norte.

Emancipação política

A fazenda, que depois de sediar uma capela deu início ao povoado, foi elevada à categoria de vila no dia 22 de dezembro de 1878, com sede em São João do Jaguaribe. Dezenove anos depois, a emancipação política dá-lhe o status de Município de Limoeiro, em 30 de agosto de 1897.

Todos os anos, o referido dia é lembrado pelos gestores municipais, com realização de alvorada, hasteamento de bandeira, conscientização à memória de luta, homenagens a cidadãos de destaque e muitas inaugurações.

Limoeiro foi uma das primeiras vilas cearenses a transformar-se em cidade, após a Proclamação da República (a primeira no Vale, foi União, hoje Jaguaruana, em 11.09.1890).

Pelo decreto-lei estadual nº 1.114, de 30 de dezembro de 1943, o município de Limoeiro passou a denominar-se Limoeiro do Norte.

Limoeiro do Norte é uma terra abençoada, rica em patrimônio cultural e belezas naturais, como seus rios e ainda possui a atrativa Barragem das pedrinhas.

Limoeiro do Norte urbanizou-se ao longo do tempo até se tornar uma cidade-pólo na rede urbana da microrregião do Baixo Jaguaribe. Com sua economia - mais concentrada no setor de serviços – aquecida pelo avanço de agro-negócio, o modelo moderno de agricultura irrigada é responsável pela entrada de mais de R$ 1 milhão por mês absorvido na economia local, em que trabalham várias multinacionais, estas que produzem mais R$ 60 milhões de reais por ano nas exportações.

Generalidades

O município se encontra entre dois braços do Rio Jaguaribe (Jaguaribe e Banabuiú) que fazem dela uma ilha fluvial. Os braços deste rio chegavam a desaparecer em épocas de seca, o que lhe rendeu o título de “Rio mais seco do mundo”, retornando e crescendo muito rápido em volume e extensão na estação chuvosa, tornando necessário usar canoas para atravessá-los.

O município é conhecido também como a “Terra das Bicicletas”, sendo comum crianças aprenderem muito cedo a pedalar bicicletas grandes (aro 24 ou maior), tocando os pedais apenas quando estes estão na posição mais alta.

Suas origens

As primeiras ocupações pelos brancos europeus datam do ano de 1687 – havia quase dois séculos do início da ocupação portuguesa no Brasil – quando o Sargento-Mor João de Sousa Vasconcelos estabeleceu-se no sítio São João das Várzeas.

Algum tempo depois, essas e outras terras foram ocupadas por imigrantes provenientes dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, formando novos redutos. Estes foram elevados a povoados, dos quais se destacaram os de Limoeiro e “Tabuleiro de Areia”, que depois viria a ser a atual Tabuleiro do Norte. Limoeiro do Norte já foi distrito de Russas, assim como Tabuleiro do Norte. Após a separação Limoeiro-Russas, o então distrito de Tabuleiro ficou integrado à comunidade limoeirense, desta desmembrando somente quando da emancipação política tabuleirense, em 08 de junho de 1958.

Manifestações religiosas

Um padre chamado Vicente Rodrigues da Silva e seus irmãos, José e Antônio, lançaram a idéia da construção de uma capela no povoado, doando faixas de terra para sua edificação. Os atos inaugurais da capela de Nossa Senhora da Conceição, em homenagem àquela que seria a padroeira da cidade, realizaram-se no dia 9 de dezembro de 1845. A antiga capela é hoje a Igreja Matriz do município.

Dom Aureliano Matos

Nascido no dia 17 de junho de 1889, em Itapajé-CE, Dom Aureliano Matos deixou seu officium vicarii em 1940, para reger os destinos de Diocese de Limoeiro do Norte, criada em 07 de maio de 1938 pelo Papa Pio XI.

Transformado em verdadeiro ídolo do povo, atribui-se a ele o Ginásio Diocesano, Seminário, Patronato, Tiro de Guerra, Liceu de Artes e Ofícios, Comarca, Rádio Educadora, Faculdade de Educação, e ainda, a construção da ponte sobre o Rio Jaguaribe, entre tantas outras obras. Depois de seu falecimento, foi doado seu nome a principal Avenida de Limoeiro do Norte, onde também se encontra uma estátua em sua homenagem, esculpida pelo artista limoeirense Márcio Mendonça, em 1980.

Pode-se dizer que foi o grande administrador do município de Limoeiro, depois de quase um século de omissão, incompetência e corrupção de intendentes e prefeitos.

Dias atuais

Cidade-Pólo

Com 53.289 habitantes, conforme censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007, Limoeiro do Norte urbanizou-se ao longo do tempo até se tornar uma cidade-pólo na rede urbana da microrregião do Baixo Jaguaribe. Com sua economia - mais concentrada no setor de serviços – aquecida pelo avanço do agronegócio, o modelo moderno de agricultura irrigada é responsável pela entrada de mais de R$ 1 milhão por mês absorvido na economia local, em que trabalham várias multinacionais, estas que produzem mais R$ 60 milhões de reais por ano nas exportações. O município também sedia diversas entidades regionais:

Vara da Justiça Federal, vinculada ao Tribunal da 5ª Região sediado no Recife – PE; Procuradoria da República; Junta da Justiça do Trabalho, subordinada ao Tribunal da Justiça do Trabalho do Ceará; sub-seção regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE); sub-seção do Conselho Regional de Enfermagem (Coren); sede da sub-seção do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Ceará (CREA); sede regional da UNIMED e UNICRED Vale do Jaguaribe; unidade regional da Companhia Energética do Ceará (COELCE); duas varas da Justiça – Fórum subordinado ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará; sede do Rotary Club, vinculado ao 4.490º Distrito Rotário, filiado ao Rotary International; Hospital Regional Deoclécio Lima Verde e Hospital São Raimundo; IV Companhia de Polícia Militar, subordinada ao 1º Batalhão de Polícia Militar; Grupamento do Corpo de Bombeiros do Ceará; unidade administrativa do IBAMA; Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE); núcleo da 10ª Célula Regional de Saúde (Ceres), vinculada a 11 municípios.

Área

Com predominância de planície, o município tem 772,0 km² (setecentos e setenta e dois quilômetros quadrados), com esse total, o município representa 0,5% do território do Estado. Está a uma altitude de 70 metros acima do nível do mar.

Mesorregião

Limoeiro do Norte está situada na mesorregião do Rio Jaguaribe, que corta em boa parte o Estado do Ceará.

Macrorregião

Das seis macrorregiões do Estado, Limoeiro do Norte está situada no grupamento Jaguaribe/Litoral Leste, que compreende 21 municípios.

Microrregião

No grupamento de seis municípios, Limoeiro do Norte situa-se na microrregião do Baixo Jaguaribe.

População

Segundo o Censo 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Limoeiro do Norte possui 53.289 habitantes.

Comunidades

O município possui 78 comunidades: Croata de Baixo, Croata de Cima, Tanquinhos, Croata, Sossego, Ipueira da Pedra, Carão, Espingarda, Mororó, Pistola, Viuvinha, João Alves, Caraúbas, Bixopá, Cabeça da Vaca, Jurema, Campestre, Canafístula de Baixo, Córrego do Feijão, Canafístula de Cima, Lages, Gangorra do Bixopá, Açudinho, Jenipapo, Espinho, Barra do Banabuiú, Triangulo do Bixopá, Danças, Gangorra, Liberdade, Manhada, Sapé, Faceira, Aningas, Ferrão, Água Branca, Congo I, Congo II, Ingarana, Gado Bravo, Setor 6, Setor S Canto Grande de Baixo, Barro Vermelho, Poço das Pedras, Canto Grande de Cima, Setor R Jenipapeiro, Cabeça Preta, Saquinho, Tomé, Ipú, Maracajá, Cercado do Meio, Cabeça de Santa Cruz; Santa Maria, Consulta, Santa Fé, Sucupira, Carrasco Grande, Sabonete, São Gonçalo, KM 70, KM 60, Lagoa do Rocha, São Raimundo, Arraial, Canafístula, Várzea do Cobra, Marquinhos, Pasta, Tabuleiro Alto, Pedra Branca, Lagoa das Carnaúbas, Jurema, Lagoa do boi, Bom Fim, Morros, Pedrinhas, Maria Dias, Quixaba, Sítio Milagres, Córrego de Areia, Setor 3, Setor 4, Setor 5 e Cidade Alta.

Clima

O clima predominante é quente e seco, característico do semi-árido, com índices pluviométricos abaixo de 700 mm por ano. Como é característico do clima tropical, ocorrem duas estações bem definidas: um verão chuvoso (de janeiro a abril, estendendo-se com chuvas fracas até o mês de junho) e inverno bastante seco (de julho a setembro). Ainda assim, a região de caatinga é mais beneficiada que em outras regiões do Estado, já que o município encontra-se cercado por águas (rios Jaguaribe e Banabuiú e afluentes).

Temperatura Média

A temperatura média do Município situa-se de 26º a 28º C, com registro mínimo de 24º (noite) e máximo de 35º (meio-dia). O clima quente e a sensação de calor são acentuados ainda pela baixa altitude da cidade em relação a municípios vizinhos, dificultando a formação de ventos.

Solos

Típicos do domínio morfológico da Caatinga, os solos limoeirenses são rasos e pedregosos, mas a sua rocha do tipo escudo cristalino favorece a semi-impermeabilização de água, provocando a existência de rios e lagos. Os solos mais comuns: Solos Aluviais, Cambissolos, litossolos, Planossolo, Solódico, Vertissolo e Podzólico Vermelho-Amarelo.

Vegetação

A vegetação predominante em Limoeiro do Norte é de pequeno porte e do tipo Caatinga, que se apresenta verdejante nas épocas chuvosas e ressequidas, com desfolhamento, durante a estação seca. Na Caatinga, os vegetais mais comuns são: Carnaúba, Pereiro, Jucá, Jurema, Pau-Branco, Aroeira, Catingueira, Juazeiro, Além de variedades de cactos como o mandacaru, o xiquexique, a palma e outros.

Nas margens dos rios e riachos, é marcante a presença da oiticica e da carnaubeira, sendo esta a mais abundante, apesar das sucessivas degradações da mata ciliar para plantação de leguminosas (arroz, milho, feijão, etc.). Durante muitos anos a cera da carnaubeira representou a principal fonte de riqueza de Limoeiro do Norte.

Relevo

O município tem o histórico habito de as pessoas utilizarem a bicicleta porque seu relevo é de planície, as conhecidas “depressões sertanejas”, um dos relevos mais antigos do Estado datados da Era Cenozóica, tão antiga quanto a Chapada do Apodi, com alturas entre 250 e 300 metros.

Atividades econômicas

Pólo regional, Limoeiro do Norte conta com intenso fluxo de pessoas todos os dias, aquecendo, nos últimos anos, o setor de Comércio, desde os produtos alimentícios, às mini-indústrias de pré-moldados para construção civil, que apresenta grande crescimento devido à imigração de profissionais que vieram trabalhar em órgãos Federais e Estaduais sediados no Município. A existência de faculdades amplia o quadro de mão-de-obra qualificada, como também absorve pessoas para trabalharem nessas entidades.

Além do setor de serviços, que mais concentra a população economicamente ativa de Limoeiro do Norte, o setor primário deste município é bastante desenvolvido. A fertilidade do solo da Chapada do Apodi e a fácil captação de água para irrigação são importantes atrativos para o desenvolvimento do agronegócio no município, que já é o maior exportador brasileiro de melão e o segundo maior exportador de abacaxi. A atividade agrícola gera divisas de aproximadamente R$ 50 milhões anualmente para as empresas instaladas no Município, quem empregam, direta e indiretamente, cerca de cinco mil pessoas. Na agricultura de Sequeiro, é comum a plantação de milho, feijão, arroz e algodão arbóreo e herbáceo.

Na pecuária, destaca-se a ovino-caprinocultura – nos últimos anos, Limoeiro do Norte saltou da produção diária de cinco mil para 45 mil litros de leite de gado, aquecendo a economia local.

Uma das atividades econômicas futuras que pretendem ser muito rentáveis é o plantio da mamona para produção de biocombustível. Atualmente, 150 pequenos produtores produzem em 250 hectares de terra. Estima-se que nos próximos anos a produção de mamona aumente em pelo menos R$ 3 milhões anuais as divisas do município.

Outro tipo de extrativismo, esse mais antigo, é feito com a carnaúba, para aproveitamento industrial de sua cera para produção de óleos e até mesmo peças de computador.

Outra atividade econômica do município é o Artesanato (principalmente peças produzidas da matéria rústica do barro, da palha e do talo da carnaúba, panos, coco e até ferro velho). As peças de barro – ornamentais ou para uso doméstico - de artesãos como Lúcia Pequeno destacam-se pela qualidade de acabamento e são vendidas para vários países do mundo. Destaque também para a Cantaria (arte de esculpir em pedras de calcário), largamente difundida na região pela abundância da matéria prima. E antes mesmo de serem usados para arte, produtos minerais como o calcário já são largamente utilizados em todo o estado por indústrias químicas sediadas em Limoeiro e que abastecem o mercado nordestino.

Acidentes Geográficos

São poucos terrenos acidentados, dada a sua estrutura plana, mas acidentes geográficos podem ser encontrados nos rios (e seus afluentes) Jaguaribe, Quixeré e Banabuiú; Lagoas do Canto Grande e das Pedras; açudes: Barracão, Gado Novo e Ingarana.

Localização

Delimita-se ao norte com os municípios de Russas (pela rodovia CE-358) e Quixeré; ao sul com Tabuleiro do Norte; oeste com Morada Nova e São João do Jaguaribe, e a leste também com Quixeré. Ficando a nordeste do Estado, também delimita fronteira com o estado do Rio Grande do Norte, separado deste por meio da Chapada do Apodi, um dos quatro principais relevos cristalinos do Ceará.

Costumes em Limoeiro

Limoeiro do Norte constitui-se num atrativo turístico com suas danças e folguedos, expressando os costumes e tradições populares, manifestando espontaneamente a função das raças brancas, negras e indígena originais, com destaque para o bumba-meu-boi.

Tradicionalmente são realizadas as festas da padroeira do município Nossa Senhora da Conceição de 1 a 8 de dezembro. Ocasião em que se realizam shows com artistas da terra, e instalam-se barracas para vendas de bebidas, comidas típicas e produtos artesanais. É tradição também o festejo do dia de São José, padroeiro do distrito de Bixopá, e Santa Luzia, padroeira do povoado do Espinho.

Merecem destaque ainda os festejos juninos, dedicados a Santo Antônio, São João e São Pedro, dentre estes, são realizadas os festivais de quadrilhas e de cirandas, como também a dança do maneiro-pau. Acontece ainda a parada de 7 de setembro e as vaquejadas que sempre ocorrem no final da quadra chuvosa.

As comemorações do aniversário do município também são tradicionais e acontecem desde 1897, quando Limoeiro foi levada à categoria de cidade, os festejos contam com apresentação de grupos folclóricos municipais, artistas da terra, missa na Catedral, concentração de políticos, etc.

Outras manifestações artísticas e culturais de Limoeiro ocorrem também no mês de janeiro como o reisado, e o carnaval fora de época, micareta "Limofolia" e o “Balaçando Limoeiro”, com o bloco Buchada da Adélia.

Vias de Acesso

O município de Limoeiro do Norte tem acesso pelas rodovias BR-116 e CE-377. O acesso pode ser feito pela BR-116 para quem vem do Norte (Fortaleza), Oeste (São João do Jaguaribe e Morada Nova) ou Sul (Alto Jaguaribe, Cariri, outros estados). Já o acesso a Leste (Quixeré e Rio Grande do Norte) será dado pela rodovia CE-377.

Conheça mais o município de Limoeiro do Norte:
Igreja Matriz de Limoeiro do Norte
Câmara Municipal de Limoeiro do Norte
Barragem das Pedrinhas
Núcleo de Informação Tecnológica – NIT
Biblioteca Pública Municipal Dr. João Eduardo Neto
Casarão dos Osterne - Academia de Letras
Márcio Mendonça, sua arte e trajetória
A morte de Dom Aureliano Matos
O dia 15 de junho de 1927 marcou a história de Limoeiro
Capela de Santa Luzia, Espinho
Açude Orós, 26 de março de 1960
Limoeiro do Norte, 30 de junho de 2003
Limoeiro do Norte na tela do seu computador

Um comentário:

Melquizedeque disse...

Nas comunidades acima citadas, faltou o segundo maior bairro que é o Bom Nome e Cercado do meio pertence a Quixeré.