Voluntários de diferentes idades recolhem o lixo nos quintais e encostas do Rio Jaguaribe. “Se não há mais Jaguar, se salve o Rio”, diz um trecho do poema Martelo Sobre um Rio Mutilado, de Virgílio Maia. Mas o verso é só um gesto, dentre vários outros, na campanha de conscientização e defesa do Rio Jaguaribe. Desde ontem, estudantes, agentes de endemias e membros do comitê S.O.S Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, fazem a limpeza dos quintais da Rua Inácio Mendes, nesta cidade, situada à beira do Rio Jaguaribe.
A campanha “Rua Limpa, Quintal Limpo” está visitando todas as residências, e voluntários de várias idades recolhem o lixo jogado nas ruas, calçadas, quintais e também nas encostas.
Um dia maior rio seco do mundo, depois perenizado pelas águas do Castanhão, o Jaguaribe, o “Rio das Onças” é, em verdade, rio dos versos do poeta, da população ribeirinha e do belo pôr-do-sol nas cidades por onde escorre; mas tem sido, há muitos anos, rio do lixo, da degradação e do descaso pela própria população. Onde era margem hoje tem casas, ruas e esgotos.
O que sobrou de como era está no objetivo do comitê S.O.S Jaguaribe, criado em vários municípios do vale jaguaribano, por orientação do vice-governador do Estado, Francisco Pinheiro, natural do município de Jaguaribe.
A cidade de Limoeiro criou o primeiro comitê municipal, depois repercutido para municípios como Jaguaribe e Aracati.
A Rua Inácio Mendes, em Limoeiro do Norte, é a mais próxima do rio. Construída na própria margem, seus residentes têm os quintais virados para as águas. “A gente não quer reclamar como as pessoas estão ocupando, mas sim conscientizar para não jogar o lixo nos quintais, nas ruas, nem nos terrenos baldios na beira do rio. Tem gente que vem do outro lado da cidade para jogar o lixo aqui”, reclama Carlos Celedônio, do S.O.S Rio Jaguaribe. Divididos em vários grupos, os voluntários da limpeza visitam os quintais das casas, recolhem garrafas, pneus velhos e quaisquer outras potenciais moradias para o mosquito da dengue.
Os donos de terrenos baldios às margens ribeirinhas são orientados a colocar placas proibindo a colocação de lixo pela população. Embora seja uma lei, não um “recado”, a orientação visa à conscientização daqueles moradores, “antes de qualquer fiscalização punitiva”, assegura Iolanda Castro. A estudante Geíza Maria, 11 anos, e vários colegas pegaram sacolas e saíram catando copos, garrafas e papelões jogados pela vizinhança.
O professor Arnóbio Santiago visitou as residências, pedindo que a população se preocupasse em fazer a limpeza, principalmente para evitar doenças. “A gente sabe que a conscientização é um processo lento, mas todos precisam fazer a sua parte”, afirma o ativista. O Comitê se reúne toda terça-feira no Centro de Articulação e Educação Ambiental (CAEA) de Limoeiro do Norte.
As margens do Rio Jaguaribe têm sido intensamente degradadas, conforme várias denúncias já veiculadas no Caderno Regional. Trabalhos de revitalização da flora, como o realizado por pesquisadores do Cefet, com replantio de mudas, é prejudicado pelo lixo.
Mais informações:
S.O.S Rio Jaguaribe
(88) 9964.2625
Fonte: Diário do Nordeste / Reportagem: Melquíades Júnior
Um comentário:
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