segunda-feira, 21 de julho de 2008

VII Festival de Sanfoneiros de Limoeiro do Norte

Apresentações de selecionados e shows de Renato Borghetti, da alemã Cathrin Pfeifer, entre outros, marcam a programação.
Há 40 anos a cidade cearense de Limoeiro do Norte, na região do Baixo Jaguaribe, realizava pela primeira vez um festival que representa a vocação de sua população para a música, em especial, para o acordeão - ou sanfona, em uma linguagem mais popular. Era o I Festival de Sanfoneiros, idealizado pelo radialista Luiz Gonzaga de Freitas e concretizado pela Rádio Educadora.
O ano era 1968 e até 1972 o evento aconteceu anualmente, transformando o município, nos dias de festival, no maior palco de sanfoneiros do país. Em 2007 o Festival, que esteve adormecido por 35 anos, foi reativado como merecia: uma grande festa da sanfona, com participantes do Ceará e de vários cantos do Nordeste.
De 23 a 26 de julho de 2008, 40 anos depois de seu início, o Festival realiza sua sétima edição, estimulando a busca de melhor qualidade estética sonora na execução da sanfona e mostrando, a músicos e público em geral, as largas possibilidades de um instrumento tocado por grande parte dos povos do mundo. Além do apelativo forró comercial, é possível tirar desse instrumento a excelência da música, seja na valsa mais tradicional, no jazz, no tango, no forró pé-de-serra, no sertanejo ou no mais requintado chorinho.
Pela sua importância e reconhecida expressividade, o VII Festival de Sanfoneiros de Limoeiro do Norte foi um dos 24 projetos de todo o país, entre 260 inscritos, contemplados pelo 1º Edital Petrobras de Festivais de Música. Além da Petrobras, esta edição do festival tem patrocínio da Coelce, BNB e Sebrae-CE, numa realização do Instituto Brasil de Dentro e da Secretaria de Cultura de Limoeiro do Norte.

A 7ª EDIÇÃO DO FESTIVAL
Apresentações de sanfoneiros selecionados e shows de instrumentistas convidados compõem a programação do 7º Festival, que terá ainda oficina de harmonia e aulas-espetáculos. Na noite de abertura, quarta-feira, 23, em comemoração aos 40 Anos da 1ª edição do Festival de Sanfoneiros, será relançado o livro “45 Anos de Rádio no Vale do Jaguaribe”, do radialista Luiz Gonzaga de Freitas. Além disso, também na solenidade de abertura, haverá a entrega de 40 troféus aos principais incentivadores do festival, desde seu início.
Um total de 22 sanfoneiros do país participam do festival e concorrem a 20 mil reais em prêmios, sendo 10 mil para o primeiro lugar; 5 mil para o segundo; 3 mil para o terceiro e 2 mil para o quarto colocado. As apresentações acontecem de quinta a sábado à noite, seguidas de shows dos instrumentistas convidados. Na quinta-feira (24): Cathrin Pfeifer (Alemanha) com o guitarrista Jabuti (Brasil) e Ítalo e Renno (CE). Na sexta-feira (25): Adelson Viana (CE) e Amazan (RN). Na noite de encerramento, sexta-feira (26): Luizinho Calixto (PB), Renato Borghetti (RS) e João Bandeira (CE).
Durante o dia, de quinta a sábado pela manhã, o professor e arranjador Tarcisio Lima ministra Oficina de Harmonia. À tarde, também de quinta a sábado, os instrumentistas convidados Amazan, Adelson Viana, Luizinho Calixto participam da "Conversa de Sanfoneiro" com aula-espetáculo.
AS ATRAÇÕES
Cathrin Pfeifer (Alemanha) com o guitarrista Jabuti (Brasil).
A acordeonista vem da Alemanha, um dos primeiros países a adotar a sanfona. Seu trabalho com músicos de diferentes origens culturais e suas referências em diferentes estilos musicais como folk, rock, avantgarde, clássico, etc. influenciam poderosamente seu estilo. Em suas composições descobre-se uma cosmopolita cheia de vida, poesia, aberta a surpresas estilísticas. A instrumentista desenvolve trabalho musical junto ao guitarrista piauiense/cearense Gilberto Fonteles, o Jabuti, há mais de 10 anos radicado na Alemanha. Eles se conhecem durante a primeira visita de Jabuti a Berlim, em 1993. Mas nunca haviam trabalhado juntos, até o início de 2008. Durante uma apresentação de Jabuti e o percussionista Abra Dutra, os músicos convidaram Cathrin, que estava com seu instrumento, para subir ao palco. Daí nasceu a idéia de fazerem algo juntos. Esta é a segunda vez que ela vem ao Brasil. Há 12 anos esteve no Ceará e apresentou-se com Eugênio Leandro e Manassés.
Ítalo e Renno (CE)
Os jovens multi-instrumentistas cearenses são dois legítimos representantes da nova geração de músicos que tecem um novo painel para a arte musical do Brasil. Marcante pela presença de dois acordeons no palco, a dupla inova o conceito tradicional da utilização do instrumento pela exploração de infinitas possibilidades sonoras. Através da interpretação e da improvisação, os músicos usam seu singular talento para desmistificar o uso do acordeon, levando-o para as searas do jazz, frevo, chorinho, samba, tango, baião, forró e música erudita. A vitalidade das raízes sonoras brasileiras, sua profundidade e a riqueza de atmosferas são exploradas no repertório da dupla. Nele figuram composições autorais e releituras de clássicos da música instrumental e popular brasileira. Como resultado, arranjos inusitados que dão ares de contemporaneidade a grandes sucessos, imprimindo suas marcantes personalidades musicais.
Adelson Viana (CE)
É acordeonista, tecladista, compositor, arranjador e produtor musical. Ao lado de Raimundo Fagner atua como instrumentista e diretor musical. Já se apresentou também com Zeca Baleiro, Dominguinhos, Lenine, Naná Vasconcelos, Paulo Moura, Fausto Nilo, Kátia Freitas, Manassés, dentre outros. Em 2004 esteve na França (Brest 2004) onde participou de shows no Espaço Brasil, levando a música brasileira a um grande público presente. Recentemente lançou o álbum Acordeom Brasileiro, onde mostra um rico repertório com composições do mestre e amigo Dominguinhos, Raimundo Fagner, João Lyra, Zivaldo Maia, Adriano Giffoni, José Viana e Adelson Viana. O show de Adelson Viana tem um caráter acústico e passeia pela sonoridade brasileira através do choro, do xote, do baião e até mesmo do frevo, favorecendo a riqueza de timbres e de possibilidades da sanfona nordestina universal.
Amazan (PB/RN)
Amazan nasceu em Campina Grande, em 1963 e foi criado em Jardim do Seridó, interior do Rio Grande do Norte, onde desde criança já apreciava a poesia e a boa música nordestina. Ainda no início da adolescência dava os primeiros acordes na sanfona. Em Jardim do Seridó viveu até os 19 anos, quando voltou para Campina Grande. Em 19 anos de carreira profissional solo, O Sanfoneiro Nordestino, Amazan lançou 24 discos, sendo seis em vinil e 18 em CD. Os mais novos trabalhos são o CD e DVD ao vivo "Amazan em Jardim", de 2008. Nos shows, com desenvoltura e presença de palco, caminha pelos acordes do forró, xote e baião, declama e canta poesias de sua autoria ou de renomados cantadores que têm as suas canções revestidas pela genialidade de quem em versos, às vezes divertidos, às vezes polêmicos, outras vezes românticos, arranca gargalhadas, desperta reflexões, provoca paixões, provando o seu dom de poeta.
Luizinho Calixto (PB/CE)
Residente em Fortaleza, Luizinho Calixto nasceu em Campina Grande, na Paraíba. Destacou-se com sua sanfona de oito baixos, instrumento que toca desde os 10 anos de idade e faz seu passeio musical no ritmo do tango, bolero, valsa e bossa nova, além do xote, forró, frevo, samba, baião e chorinho. Tem 11 discos gravados e já mostrou sua música pela Europa (Portugal, Espanha e França) e na Argentina. Seus mais recentes trabalhos são “Só alegria” e “A discoteca do Calixto” (instrumental). Além dos oito baixos, Luizinho toca também acordeom de 120 baixos, instrumentos de corda e percussão. Em seus shows, é acompanhado por sanfona, violão, cavaquinho, pandeiro e triângulo, ou por uma banda composta por sanfona, guitarra, contra-baixo, bateria, zabumba, triângulo e cavaco.
Renato Borghetti (RS)
Aos 16 anos subia profissionalmente a um palco pela primeira vez. O palco era de um dos tantos festivais nativistas que efervesciam no Rio Grande do Sul dos anos 80. Tocava como um possuído, o que causava ainda maior impressão em quem conhecia as imensas limitações do seu instrumento, a gaita-ponto. Alternou trabalhos mais simples e gauchescos com momentos de maior sofisticação e acenos para o jazz e a música erudita. Ganhou diversos prêmios e fez shows de Norte a Sul do Brasil, além de Estados Unidos e países da Europa, chegando a gravar e lançar por lá discos seus.
LIMOEIRO DO NORTE
Conhecida como “Princesa do Vale”, Limoeiro do Norte, situada entre dois grandes rios do Ceará, Jaguaribe e Banabuiú, é conhecida como uma das cidades que mais abastece o segmento de bandas, com inúmeros compositores e cantores em destaque, poetas, cantadores, brincantes do folguedo popular e, principalmente, sanfoneiros. Da região do Vale do Jaguaribe vieram nomes como Maurício Maestro, baixista do grupo Boca Livre, de Aracati; Dom e Ravel, sucesso na década de 70, de Itaiçaba, Maestro Cleóbulo Maia, Odílio Silva; Ednir Maia, autor de Coração Velho, responsável pela última revolução no mercado do forró no Nordeste. Ainda, Paulo Ney, os irmãos Carlito e João Bandeira, Redondo, Rita de Cássia, Eugênio Leandro, Sávio Leão, Acauã, Assis Filho, e tantos outros.
PROGRAMAÇÃO
Dia 23/07 (quarta)
NOITE – Às 20h no Auditório do NIT:
Solenidade de Abertura com relançamento do livro “45 Anos de Rádio no Vale do Jaguaribe”, do radialista Luiz Gonzaga de Freitas; entrega de troféus-homenagens.
Dia 24/07 (quinta)
MANHÃ - Das 08 às 11h no NIT:
Oficina de Harmonia com o professor e arranjador Tarcísio José de Lima.
TARDE - Das 16 às 17h no Auditório do NIT:
Conversa de Sanfoneiro – Aula-Espetáculo com o sanfoneiro Amazan (RN).
NOITE - A partir das 20h na Praça José Osterne:
Apresentação de concorrentes da primeira eliminatória; show da sanfoneira Cathrin Pfeifer (Alemanha) com o guitarrista Jabuti (Brasil); show dos sanfoneiros Ítalo e Renno (CE).
Dia 25/07 (sexta)
MANHÃ - Das 08 às 11h na Praça da Coluna da Hora: Palco aberto.
MANHÃ - Das 08 às 11h no Auditório do NIT:
Oficina de Harmonia com o professor e arranjador Tarcísio Lima.
TARDE - Das 16 às 18h no Auditório do NIT:
Conversa de Sanfoneiro – Aula-Espetáculo com o sanfoneiro Adelson Viana (CE).
NOITE - A partir das 20h na Praça José Osterne:
Apresentação de concorrentes da segunda eliminatória; show de Adelson Viana (CE) e Amazan (RN).
Dia 26/07 (sábado)
MANHÃ – Das 08 às 11h na Praça da Coluna da Hora: Palco Aberto.
MANHÃ – Das 08 às 11h no Auditório do NIT:
Oficina de Harmonia com o professor e arranjador Tarcísio Lima.
TARDE - Das 16 às 18h no Auditório do NIT:
Conversa de Sanfoneiro – Luizinho Calixto e os 08 Baixos.
NOITE - A partir das 20h na Praça José Osterne:
Final do Festival com apresentação dos oito selecionados; apresentação dos vencedores; Entrega de troféus-homenagens; shows: Luizinho Calixto; Renato Borghetti; João Bandeira e Amigos.
* NIT: Núcleo de Informação Tecnológica, Largo da Catedral.
SERVIÇO
VII Festival de Sanfoneiros de Limoeiro do Norte – De 23 a 26 de julho no Núcleo de Informação Tecnológica (Largo da Catedral) e na Praça José Osterne.
Informações GRÁTIS.
Secretaria de Cultura de Limoeiro do Norte: (88) 3423.1965
Instituto Brasil de Dentro, de Limoeiro do Norte: (88) 3423.3510
COMO CHEGAR
O acesso a Limoeiro do Norte pode ser feito pela BR-116 para quem segue do Norte (Fortaleza), Oeste (São João do Jaguaribe e Morada Nova) ou Sul (Alto Jaguaribe, Cariri, outros estados). O acesso a Leste (Quixeré e Rio Grande do Norte) é pela rodovia CE-377.
Ônibus: Fortaleza / Limoeiro
Horários: 6:30h / 8:30h / 13:00h / 16:40h / 18:00h
Rápido Limoeiro – (85) 3256.8837 / (88) 3423.1477

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