sábado, 11 de julho de 2009

Exposição lembra bicicletas antigas

Depois que o gado desbravou o sertão e ajudou a povoá-lo, a bicicleta foi o “bicho” de duas rodas que levou o homem civilizado de casa para o trabalho, para o passeio e até para o sepultamento. É inegável o valor utilitário da possante de duas rodas, que pedalou na história de muitas cidades. Limoeiro do Norte, que um dia foi a “cidade das bicicletas”, relembra, hoje, o valor desse transporte, que quase um século atrás chegava com o status de um carro hoje em dia. A exposição de volta ao passado dá uma volta pela história entre a bicicleta e a cidade.
RESGATE HISTÓRICO: José Maia, um dos organizadores da exposição, tem uma bicicleta dos anos 1920.
Com uma Bismarck alemã, de 1926, o advogado José Maia passeia por algumas ruas de Limoeiro. Fabricado em 1926, o veículo de duas rodas chama a atenção. Até quem anda de carro desvia o olhar para a máquina preta, de varão alto, farol, campainha, e um design que lembra a antiga cidade. As bicicletas alemãs foram as primeiras a invadir as ruas brasileiras, cearenses, limoeirenses. Mas veio a Segunda Guerra Mundial, e o objeto de desejo passa a ser as inglesas, dos “vitoriosos da guerra”. E a Raleigh, fabricada em 1947 na Inglaterra, é levada pelo repórter, como quem leva uma relíquia que de fato é. Pertenceu ao pai de Maia, Antônio Nunes.
Segundo José Maia, os anos 50 e 60 do século passado foram o auge das bicicletas em Limoeiro. Apesar de comum, não era transporte para qualquer um, “mas depois ficou de um jeito que a média era uma bicicleta para cada habitante”, diz o advogado e colecionador ao lado de João Júlio, organizador da exposição que acontece neste sábado, dia 11 de julho, à tarde na Praça José Osterne, no largo da Igreja Matriz. Serão pelo menos 40 bicicletas de várias décadas que fizeram parte da vida da cidade. A Bismarck alemã é a mais antiga do Vale do Jaguaribe, e depois de restaurada está de volta às ruas. Pertenceu ao agropecuarista Francisco Araújo.
Antigamente, era na bicicleta que se ia para o trabalho ou para os passeios. Os cearenses adaptaram os modelos europeus colocando garupa de ferro atrás, que possibilitava o transporte de mais uma pessoa, bem como das cargas com galinhas, sementes e frutas. Era em cima desse veículo de duas rodas que eram transportados os caixões, principalmente de crianças, para sepultamento.
Bicicletas das marcas Philips, Raleigh, Hércules, Görick, Merkswiss, Olé 70 e Brasiliana serão usadas em passeio ciclístico até a localidade de Gangorra, onde moraram os avós de João Júlio Sombra, que também coleciona bicicletas.
Mais informações:
I Passeio Ciclístico de Volta ao Passado
(88) 9613.3707 - José Maia
Informações: Diário do Nordeste / Reportagem e Foto: Melquíades Júnior

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