sábado, 23 de agosto de 2008

Delmonte: Demissões são consideradas ilegais

No dia 15 de agosto, a Delmonte mandou trabalhadores ficarem em casa.
Limoeiro do Norte. Numa rápida resposta judicial à decisão pela demissão em massa de trabalhadores da empresa Delmonte Fresh Produce, a presidente da Procuradoria Regional do Trabalho, Hilda Leopoldina, esteve em Limoeiro do Norte em audiência com representantes da empresa agrícola e dos trabalhadores na tarde de ontem. Para a demissão em massa — foram cerca de 150 trabalhadores — a Delmonte alega que a tenha feito por “justa causa”, já que a greve foi considerada ilegal. O argumento utilizado foi a falta ao trabalho (posterior à greve).
Mais de 100 trabalhadores rurais dos setores de empacotamento e colheita demitidos pela empresa Delmonte estiveram no Ministério Público do Trabalho em Limoeiro do Norte, um dia após a demissão realizada pela empresa Delmonte. A procuradora Hilda Leopoldina participava, na mesma cidade, de um seminário que debate o impacto dos agrotóxicos na saúde e no trabalho dos agricultores do pólo agrícola da Chapada do Apodi.
Atendendo à solicitação do movimento de trabalhadores, Hilda Leopoldina convocou audiência entre as partes envolvidas. Considerou as demissões “inadequadas, inesperadas e injustas”. Quanto à alegativa da Assessoria Jurídica da empresa de que os trabalhadores não mais compareceram ao trabalho, a procuradora considera “uma inverdade. Os trabalhadores retomaram ao trabalho, muitos foram demitidos quando estavam nas atividades”, afirmou, ainda considerando as demissões uma retaliação ao movimento de paralisação do início do mês, em que os trabalhadores reivindicavam uma cesta básica mensal.
A Delmonte teria descumprido o acordo firmado no último dia 14, em determinação do Tribunal Regional do Trabalho, para que os trabalhadores poderiam voltar ao trabalho e ainda receberiam cestas básicas, com a condição de não haverem mais de duas faltas injustificadas. Para ela, o documento assinado pelos trabalhadores, ao fim de um dia de trabalho, em que era declarada a demissão é uma prova de que a empresa demitiu funcionários que cumpriam a jornada de trabalho.
Ao fim da audiência, ficou requisitado para que, em seis dias úteis, a Delmonte apresente cópia autenticada de todos os cartões de ponto dos mais de 1.800 trabalhadores da empresa. O advogado da Delmonte presente à audiência preferiu não comentar as requisições da procuradora.
Fonte: Diário do Nordeste (caderno Regional)
Foto: Notícias do Vale (Mário Oliveira)
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Um comentário:

Dona Flor disse...

Embora a greve tenha terminado,acho justo registrar meu apoio a esse tipo de movimento,que legitima que só a luta muda a vida,e que a classe trabalhadora precisa saber a força que tem,para começar a dizer NÃO a essa patronal burguesa,injusta e desumana.Não podemos pensar em progresso,quando este vem para acabar a qualidade do nosso solo,a qualidade da vida dos que moram aos arredores e principalmente, a vida de quem labuta todos os dias pelo pão.

Jama.