segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Institutos denunciam existência de pesquisas forjadas no interior do Ceará

Pesquisas falsas de intenção de votos estão sendo divulgadas no Interior do Estado e até na Câmara Municipal de Fortaleza. Os institutos aos quais são atribuídos os resultados condenam a prática. A Justiça Eleitoral adverte que os verdadeiros autores podem ser presos.
“Os fins não justificam os meios".
A conhecida frase cunhada em princípios éticos parece esquecida quando a cadeira de prefeito, uma vaga no legislativo ou qualquer outro cargo político estão em jogo. Exemplo disso são as pesquisas de intenção de voto fraudulentas que circulam pelo Estado.
Em Chorozinho e Guaraciaba do Norte (municípios situados a 60 km e 320 km de Fortaleza, respectivamente), foram divulgadas pesquisas forjadas, mas atribuídas ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). Na cidade de Varjota (a 297 km da capital), a prática também foi denunciada. Até a Câmara Municipal de Fortaleza vem servindo de espaço para a distribuição de pesquisas com conteúdo duvidoso.
Para esclarecer a situação, o Ibope enviou na última terça-feira nota à imprensa afirmando que ainda não realizou nenhuma pesquisa em Chorozinho e Guaraciaba do Norte. De acordo com a assessoria do instituto, os resultados de todas as pesquisas realizadas "são entregues aos clientes em formato .pdf e os percentuais de intenção de voto não contêm casas decimais". A veracidade de cada pesquisa pode ser conferida na Justiça Eleitoral e no site do instituto.
FRAUDES
Chorozinho e Guaraciaba do Norte: Pesquisas falsas utilizam o nome do Ibope.
Varjota: Pesquisa forjada utilizou o nome da empresa Ceará Pesquisa de Campo.
Fortaleza: As pesquisas falsas para as eleições proporcionais utilizaram os nomes dos institutos Datafolha e Vox Populi.
Consulta falsa leva a prisão
O coordenador do Centro de Apoio do Ministério Público Eleitoral, Emmanuel Roberto Girão, afirma que a realização de pesquisa fraudulenta é considerada crime eleitoral e pode levar à condenação de seis meses a um ano de prisão, além de multa no valor de 50 mil a 100 mil Ufir's - que equivale hoje a aproximadamente R$ 106 mil reais.
No caso de enquetes que são divulgadas sem o esclarecimento de que não se tratam de pesquisas, o coordenador expõe que também há previsão de multa, no mesmo valor dos casos de pesquisas falsas, mas o autor não vai preso.
"A enquete não é realizada de forma científica, não trabalha com amostragens", explica.
Para as pesquisas que são distribuídas sem o número de registro, também há a aplicação de multa no mesmo valor das duas situações anteriores.
Fonte: Jornal O POVO (caderno Política, pág. 18, 22/09/2008)

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