segunda-feira, 28 de setembro de 2009

V Festival de Trovadores e Repentistas é encerrado

O Festival deu visibilidade e garantiu um maior espaço para as duplas da região jaguaribana.
A quinta e, já considerada, maior edição do Festival Internacional de Trovadores e Repentistas, foi encerrada neste domingo (27/09) com muita emoção, na praça pública de Limoeiro do Norte, por onde passaram 50 artistas de vários Estados e de países convidados.
Além da resistente difusão da poesia popular, o evento proporcionou o intercâmbio cultural e a discussão sobre o futuro da cantoria de viola, o legado de Patativa do Assaré e a chegada dos novos repentistas e protagonistas da cultura oral.
A cidade de Limoeiro do Norte sediou pela segunda vez o Festival, que este ano, foi considerado o maior entre as cinco edições, tendo recebido artistas populares de outros países, como Cuba e Itália.
"Ninguém aprende a ser poeta. O poeta nasce poeta, e depois aperfeiçoa a técnica", coloca Geraldo Amâncio, repentista e diretor do festival internacional. Porque a poesia não é dita, mas, principalmente, sentida. "Eu me emocionei, de ver aqueles homens tocando, fazendo a rima, e uma coisa que fala tão da gente, do nosso cotidiano". A emoção de dona Rosa de Lima se repete a cada nova dupla de artistas. Foi a segunda vez do festival em Limoeiro, após ter passado, em anos anteriores, por Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu e Farias Brito.
Além de dar visibilidade a uma arte normalmente vista por um público restrito, o festival garantiu um maior espaço das duplas da região jaguaribana. Que o digam Antonio Nilo e Chico Celestino, de Limoeiro. "A gente está acostumado a se apresentar em espaços menores, nas comunidades, mas aqui ajuda a mostrar que a gente tem essa arte", explica Celestino, 60 anos, que durante a semana é mototaxista e a qualquer momento é poeta do improviso.
De outras paragens latinas, desembarcaram e fizeram sucesso os trovadores Eliccer Télles Fernándes e Gaspar Esquivel, de Cuba, e os italianos Donato de Acutis e Enrico Rustici, que já pretendem fazer um intercambio cultural. Ainda na programação do festival, aconteceu o Seminário Vozes de Mestres: a palavra (en) cantada na cultura oral nordestina", reunindo pesquisadores da cultura. Também houve espaço para quem quis divulgar e, claro, vender a sua literatura de cordel.
"Veio gente do Pará, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, só pra ver o festival", orgulha-se Geraldo Amâncio. Para Renato Remígio, Secretário da Cultura de Limoeiro, o festival de trovadores deste ano teve um caráter mais regionalizado, dando oportunidades a cantadores de várias cidades do Vale do Jaguaribe. "Foi um sucesso, e foi possível provar que cantoria arrasta gente e lota praça", afirmou.
A quinta edição do Festival Internacional de Trovadores e Repentistas é realizado pelo Instituto Internacional de Artes e Cantorias (Intercanto), patrocínio do Banco do Nordeste, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Limoeiro do Norte e do Ministério da Cultura, Academia Limoeirense de Letras, Chesf e Oi Futuro. A pernambucana Lia de Itamaracá encerrou o evento, levando a platéia a dançar ciranda.
Informações: Diário do Nordeste / Reportagem e Foto: Melquíades Júnior

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