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terça-feira, 17 de junho de 2008
Socioeconomia solidária multiplica negócios
O sucesso da Feira de Socioeconomia Solidária tem se repetido a cada ano. A venda solidária dos expositores dobrou.
Limoeiro do Norte. A IV Feira de Socioeconomia Solidária, realizada pelo Projeto Paz e União, pela quarta vez registra saldo positivo, com crescimento em dobro, tanto de retorno para as comunidades quanto de visitantes. Na economia solidária a competição é com a miséria e a baixa produtividade, porque entre comerciantes é a união que faz a força para financiar e “lucrar” com os produtos vendidos. Pelo menos 24 produtores, entre agricultores e artesãos, expuseram seus produtos e “apuraram” o dobro do ano passado nas vendas.
Desde o ano de 2005 que a comunidade de Cidade Alta, o maior bairro de Limoeiro do Norte, engajou-se com propriedade ao modelo da economia solidária. Como alternativa de emprego e geração de renda, várias donas-de-casa, agricultores e até quem já desistiu do campo otimiza o tempo na produção de arranjos ornamentais, sandálias, brinquedos e produtos da agricultura orgânica, como mel de abelha. Da venda esporádica na porta de casa ao concentrado comercial nas feiras de socioeconomia, os comerciantes solidários tiveram que aumentar a produção neste ano.
É o caso de Francisco Edinires Sales, 43 anos. Desde muito jovem trabalhando como sapateiro, tem a própria marca de calçados, principalmente sandálias femininas. “Faço de tudo, do solado à decoração final”, conta. Os calçados variam de R$ 13 a R$ 30. Outro trabalho que chamou a atenção dos visitantes foram os brinquedos e utensílios domésticos de madeira feitos pelo artesão João Batista da Silva, 52 anos. Têm banquinhos, miniaturas de sala de jantar, cabide para roupas e toalhas, de tudo um pouco ele já está fazendo.
No último fim de semana, a IV Feira de Socioeconomia Solidária teve quase dois mil participantes, que também puderam conferir um festival de quadrilhas, com grupos de Quixeré e Limoeiro, sendo deste município o vencedor: Filhos do Sertão, da comunidade de Arraial. Aos vencedores, troféu e medalhas. A todos os quadrilheiros participantes, ajuda de custo para o transporte de suas comunidades até a festa.
O sucesso da Feira de Socioeconomia Solidária tem se repetido a cada ano. A venda solidária dos expositores praticamente dobrou, aproximando-se de R$ 4.500, um valor que, dividido entre os produtores, ajuda, e muito, na economia doméstica. Conforme Francineide Chaves, coordenadora da feira, “o público aumenta a cada ano, e isso é importante para a comunidade, pois a produção aumenta”.
Quem não conferiu a Feira de Socioeconomia Solidária da comunidade de Cidade Alta pode comprar dos produtos que estiveram expostos na própria sede do Projeto Paz e União.
Esta modalidade de trabalho, que capacita pequenos produtores em diversas modalidades de atuação, segue uma tendência mundial, que não objetiva somente o lucro na atividade de vender e comprar. Mais que isso, buscar fortalecer a associação comunitária, fazendo de seus integrantes indivíduos autônomos.
Foto: Melquíades Júnior
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