domingo, 1 de agosto de 2010

Del Monte tem bons resultados na exportação da Banana produzida em Limoeiro do Norte

Após suspender o cultivo de melão e abacaxi no Estado, a Del Monte arrisca - com bons resultados - na exportação de banana.
Ao lado das bananeiras, ainda se vê uns pés de abacaxi. Pequenos, poucos, mas há. Dá para perceber que ali, há cerca de 25 quilômetros do Centro de Limoeiro do Norte, havia uma produção de abacaxi. A multinacional norte-americana Del Monte cultiva, agora, banana da variedade cavadish (nanica) para exportação. A aposta na comercialização da fruta é uma estratégia da empresa para tentar continuar com negócios no Estado, já que suspendeu a produção de melão e abacaxi por aqui.
Conforme o gerente jurídico e de relações institucionais do grupo Fresh Del Monte no Brasil, Newton Assunção, os empregos – “diretos e perenes”, destaca -, somam 500.
“Temos condições de expansão. São 250 hectares em produção. Mas são quase 3 mil hectares de área própria disponível”, comenta Assunção. O Baixo Jaguaribe tem 65 mil ha de área irrigável, 5,8 mil ha dos quais já são irrigados, informou.
A maior concorrência na comercialização de banana é com a América Central. O gerente argumenta as vantagens do Ceará. “O solo daqui é excelente, tão bom quanto o de lá. O clima de lá é temperado, chove muito, o que propicia à proliferação de fungos. O custo do controle do fungo é muito alto. Como a gente tem um clima com muito sol, o fungo diminui”, diz.
O fungo do qual Assunção fala é a sigatoka, que tem nas variações amarela e negra, esta última mais perigosa. No Ceará, não foi identificada ainda a sigatoka-negra, que existe na América Central. Por lá, informa, é necessário fazer aplicação de fungicida uma vez por semana. No Brasil, somente duas vezes por ano, afirma.
Além disso, o Ceará possui a vantagem logística marítima. Do Porto do Pecém para a Europa, o produto viaja de 9 a 12 dias. Da América Central para lá, são de 10 a 14 dias.
A produção da Banana substitui o Abacaxi, que trouxe um prejuízo muito grande à Del Monte por conta de uma doença causada por um fungo.
Vagas de emprego
Apesar de a maioria dos trabalhadores da fazenda de banana da Del Monte, em Limoeiro do Norte, ser da região, há dificuldades para encontrar profissionais qualificados ou com experiência. Muitas vezes, é necessário recorrer a trabalhadores do estado vizinho. É o caso de Damilton Oliveira, 23 anos. Ele é de Baraúna, do Rio Grande do Norte. Damilton, que já tinha experiência, está há três meses na Del Monte.
Impactos
Além do dólar desvalorizado em relação ao real, a produção de abacaxi da Del Monte, em Limoeiro do Norte, sofreu com uma doença conhecida como fusariose, causada pelo fungo Fusarium Subglutinans. O fungo afetava cerca de 45% da produtividade de abacaxi. “Vínhamos controlando desde 2006. Se o câmbio estivesse maravilhoso, de R$ 2,50 a R$ 3, daria para segurar. Mas decidimos encerrar o cultivo do abacaxi”. Ano passado, a empresa chegou a exportar cerca de 1,3 milhão de caixas.
Juntamente com a produção, encerraram-se 1,4 mil empregos diretos e fixos, já que o abacaxi é uma fruta perene. Mas não é definitivo. “O mercado é dinâmico. Amanhã, por uma conjuntura, algum candidato a presidente mecha no câmbio”, exemplifica, em tom de sugestão.
No cultivo de melão, não houve demissões, apenas não houve contratações. Os empregos por safra somavam cerca de 3 mil, disse Assunção.
NÚMEROS
45% da produção de abacaxi chegou a ser afetada com um fungo.
1,3 milhão de caixas de abacaxi foram exportadas em 2009.
Informações: OPOVO Online, por Andreh Jonathas (enviado à Limoeiro do Norte)

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