Ruas de Limoeiro do Norte estão com mais problemas com a obra de saneamento. Agora, os buracos são maiores.
Uma cidade em obras e a obra virando canteiro do tamanho das ruas, que terminam esburacadas, empoeiradas e um calçamento de pedras em sentidos aleatórios, provocando até acidentes. A cidade de Limoeiro do Norte vive um momento paradoxal, com a maior obra de saneamento básico já realizada na região e, ao mesmo tempo, acumulando um número de ruas que, embora saneadas, ficam com as sequelas da obra que passou.
Ruas que haviam recebido novos e regulares calçamentos, agora são estradas arriscadas e com uma série de lombadas "involuntárias", tornando o trânsito mais arriscado. Apesar de vencedoras de um consórcio milionário, as empresas que realizam as escavações para os dutos de saneamento não deixam o local do jeito que haviam encontrado, e sim pior.
Avenidas movimentadas lembram estrada carroçável, tamanha é a poeira atrás dos veículos que passam. Há mais de um ano vários bairros de Limoeiro passam por uma obra de saneamento básico, de água e esgoto, para a maioria das residências.
O bairro Antônio Holanda, o mais populoso, terá aproximadamente 85% de suas residências saneadas. Nos lugares das escavações, placas de ferro e montes de terra anunciam o canteiro onde são colocados os dutos para o esgoto doméstico, em substituição às fossas residenciais, que poluem o meio ambiente e não atendem à demanda de resíduos das casas.
É natural encontrar terra espalhada pela rua durante a obra, mas não o seria depois de concluído o serviço. Além de ficar a sujeira, com parte da argila antes no subsolo, o calçamento das ruas não é recolocado no sentido linear.
Uma zona de elevação paralela às calçadas denuncia claramente onde foi o local de escavação. Na Avenida Coronel Antônio Joaquim, na entrada de Limoeiro, há trechos com o calçamento de pedras soltas.
Ruas de Limoeiro do Norte tornam-se intrafegáveis diante da péssima qualidade na obra do saneamento. (Foto: Melquíades Júnior) Em translado de moto pelas ruas da cidade, para observar de perto o problema, a reportagem foi surpreendida. Um dos blocos de pedra mudou de posição com o peso do pneu dianteiro e, durante a virada do bloco, bateu e entortou o pedal do freio traseiro da moto. Destino: oficina mecânica.
A Avenida Francisco Remígio, a mais larga do centro da cidade, que liga o centro à Barragem das Pedrinhas, também está com o terreno cheio de irregularidades. Diante da situação crítica, desde o mês passado o consórcio foi novamente alertado a fazer a limpeza das ruas após as escavações, mas não resolveu o problema. A única diferença é menos terra no meio das ruas.
O problema da sujeira deixada pela obra nas vias de Limoeiro já foi tratado pelo Diário do Nordeste em maio do ano passado. Na época, havia o agravante das chuvas e da cheia do Rio Jaguaribe, como alegação da dificuldade de se fazer a limpeza nas ruas saneadas.
A obra de construção do saneamento básico de Limoeiro do Norte é feita por um consórcio das construtoras Granito e PWE. Ao todo, são 52 quilômetros de saneamento, ao custo total de R$ 18 milhões, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e, internamente, projeto incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Limoeiro é responsável pela coordenação da obra no município.
"Tem mais gente agora tapando os buracos do que fazendo", afirma Mauro Costa, superintendente do SAAE de Limoeiro. Segundo Mauro, uma das responsabilidades do consórcio de empresas do saneamento é fazer a limpeza da cidade nos lugares por onde passou a obra, "e isso está sendo feito". Mas não foi explicado o que será feito dos inúmeros desníveis nos calçamentos das ruas.
ENQUETE
Prejuízos
"A cidade ficou estragada, as ruas cheias de lombadas. É importante o saneamento, mas faz tempo demais dessa buraqueira."
Ednardo Lopes - Comerciante
"Passam uma eternidade para tirar esses entulhos, não podia porque os motoristas acabam batendo nas pedras."
Clotilde Dias - Aposentada
Mais Informações:
Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE)
Limoeiro do Norte
(88) 3423.4200
Informações: Diário do Nordeste / Reportagem: Melquíades Júnior
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