Em Limoeiro, trabalhadores já receberam aviso prévio para possíveis demissões caso as chuvas continuem.
As chuvas recorrentes em todo o Estado têm afetado não somente quem recebeu as águas nas residências, mas todos que são atendidos por serviços básicos que ficaram comprometidos. Em vários municípios, a coleta de lixo acontece de forma lenta, aumentando as chances de doenças. Também as grandes obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) estão com o prazo comprometido pela diminuição de trabalhos.
Em Limoeiro, trabalhadores da obra de saneamento já receberam aviso prévio para possíveis demissões caso as chuvas continuem a atrapalhar as escavações.
Joaquim leite passou a manhã desta quarta-feira (06/05) tentando retirar a água do buraco da obra de saneamento.
As ruas das cidades têm se transformado em verdadeiros rios por conta do período chuvoso, e justamente nessas vias públicas que são realizados serviços básicos como coleta de lixo, entrega de correspondências, fiscalização da vigilância sanitária, atividades que estão temporariamente suspensas ou, no mínimo, com funcionalidade parcial, em decorrência das águas. Em Limoeiro, o lixo se acumula há alguns dias nas ruas do Centro da cidade. Além das águas terem coberto a estrada que leva ao aterro sanitário, no bairro Maria Dias, os caminhões que transportavam os resíduos ficaram atolados.
Diariamente devem ser recolhidas 40 toneladas de lixo de todo o município de Limoeiro. Com o acúmulo em algumas ruas e avenidas, os moradores reclamam preocupados, pois um problema geraria outros, no caso a proliferação de muriçocas. Mas o secretário de Desenvolvimento e Infra-Estrutura, José Lins Guerra, disse que a situação já está sendo resolvida, “porque estamos conseguindo abrir caminho para os caminhões chegarem no aterro sanitário, e as ruas que não tiveram o lixo recolhido já devem voltar à normalidade nesta quinta-feira, pois os caminhões estarão rodando por elas”.
O mesmo não se pode dizer dos bairros como Ilha de Santa Terezinha, Setor NH3 e Setor NH5, os mais afetados pela cheia do Jaguaribe. Com a força das inundações, várias fossas “estouraram”, e é intensa a fedentina no local. Não há como chamar o limpa-fossa.
Saneamento básico
Na mesma cidade, o serviço de instalação de saneamento básico, obra de R$ 18 milhões incluída no PAC está ocorrendo parcialmente. Houve redução dos grupos de trabalho, e só estão atuando os responsáveis por tapar os buracos feitos nas ruas saneadas. O trabalhador Joaquim Leite passou a manhã de quarta-feira com um balde tentando retirar a água do buraco onde se encontram as instalações hidráulicas. Antes mesmo de terminar o serviço era surpreendido por outra chuva, rápida, mas que dificultaria ainda mais seu trabalho.
Segundo o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Limoeiro e coordenador da obra de saneamento, Mauro Costa, a empresa contratada está entregando aos trabalhadores o aviso prévio de demissão, ainda que temporária, caso haja prolongamento da quadra chuvosa, tornando pouco produtiva a abertura de mais buracos para as obras.
Fonte: Diário do Nordeste / Foto: Melquíades Júnior
Situação de Emergência De acordo com a Defesa Civil do Estado, devido às chuvas, a cidade de Limoeiro do Norte, e mais 22 municípios cearenses, decretaram situação de emergência até o momento.
O quadro demonstrativo dos municípios atingidos por intensas precipitações pluviométricas, atualizado nesta quarta-feira (06/05), mostra a seguinte situação em Limoeiro do Norte:
Chuvas: 817,9mm
Residências Danificadas: 190
Residências Destruídas: 04
Desabrigados: 487
Desalojados: 919
Nº de pessoas afetadas: 1.406
Segundo o órgão, em todo o Estado há 15.363 pessoas desabrigadas e 24.364 desalojadas. Nove pessoas morreram e 134 estão feridas.
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