domingo, 2 de novembro de 2008

Eugênio Leandro

Eugênio Leandro chega aos 50 anos, festejando três décadas de carreira. Compositor e escritor, toda a sua família é de Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe, Ceará. Por causa da seca, seus pais procuravam a capital, onde ficavam até as coisas melhorarem. (foto: Juliana Vasquez)
Eugênio Leandro nasceu numa dessas idas para Fortaleza, em 25 de outubro de 1958, mas lá ficou apenas até os dois meses, voltando para Limoeiro do Norte, onde nasceram seus 11 irmãos. Toda a sua formação deu-se no interior, ouvindo cantadores de viola, vaqueiros aboiadores, cantadores de feira, cordelistas. Desde os sete anos, aprende a tocar violão com José Leandro, seu pai.
Fica em Limoeiro do Norte cerca de vinte anos, quando em 1978 volta para Fortaleza, onde cursa Direito pela Universidade Federal do Ceará, formando-se em 1983. Nesse período, participa ativamente da vida cultural da capital, ingressando em expressivos grupos de cultura da época, sempre ligado ao movimento estudantil, clubes e associações de classe, movimento de trabalhadores, numa época difícil da política brasileira, tempos da abertura, onde a sociedade luta pelo resgate da democracia, da cidadania.
Nesse clima de luta, num país avesso a oportunidades, principalmente no mercado da música, tomado pelas multinacionais do disco, rádio estritamente comercial, sem oportunidades, segue a filosofia da produção alternativa, independente, marginal. Faz seu próprio disco, com apoio do movimento social organizado em 1984. Com o parceiro Dílson Pinheiro, organizam duas músicas de cada e viajam para Natal, no Rio Grande do Norte, onde fazem um compacto. A tiragem é de apenas mil cópias, que se esgotam em dois meses. Não reeditam. Eugênio Leandro parte para a carreira solo.
Além dos discos solos, produziu as antologias Compositores e Intérpretes Cearenses e Tempo Trabalho e Cotidiano, além do CD "O Peixe", de Abidoral Jamacaru e o Álbum Branco de Nonato Luiz, interpretanto The Beatles, pela Kuarup.
Em 1986, Eugênio Leandro lançou o LP "Além das Frentes", durante encontro nacional de estudantes de medicina em Fortaleza, com tiragem inicial de 6.000 cópias. Em 1990, este disco já havia ultrapassado as dez mil cópias e o levou a shows por todo o Brasil.
Fez apresentações também nos EUA, pelo Partners Of The Americas, e cantou em New Hampshire, Vermont, Maine, Massachusstes, Washington DC, Indiana, Illinois e Nova York.
Em 1990 com o LP "Catavento", Eugênio Leandro firmou seu nome entre os bons cantadores do Nordeste, correndo novamente o Brasil, e dessa vez viajando para Portugal, Alemanha e França. Catavento é uma das músicas de Eugênio Leandro mais conhecidas e tocada nas rádios.
Em 1995, Eugênio lançou "A Cor Mais Bonita", já em CD, com tiragem independente de 5.000 cópias. O sucesso deste álbum o levou a assinar contrato de distribuição nacional com a gravadora brasileira Kuarup.
Ainda pela mesma distribuidora, Eugênio apareceu em "Cantorias e Cantadores" ao lado de Cida Moreira, Renato Teixeira e Xangai.
Em 2002, após uma longa ausência de 7 anos dos estúdios, Eugênio lançou "Castelo Encantado". Além dos velhos amigos parceiros, como Oswald Barroso, Eugênio também gravou outros artistas que estão marcando grande presença na música do Ceará, David Duarte e Kátia Freitas.
Fonte: MUSICABRASILEIRA.org (Egídio Leitão, setembro/2004)

Um comentário:

História em duchenne disse...

Que saudade de ouvir Eugênio Lenadro!
Morei em Fortaleza de 1986 a 1991, ocasião em que tive o privilégio de conhecêlo e ouví-lo. Desde que voltei a São Paulo só o ouço no "Além das Frentes", que ainda hoje guardo com todo o cuidado que se tem com um tesouro raro e precioso.