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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Enchentes: Recursos demoram a chegar
O atraso na liberação dos recursos prejudica quem teve perdas com as enchentes ocorridas no ano passado.
Prestes a iniciar a nova quadra chuvosa, o Ceará ainda tenta minimizar os problemas sofridos com a cheia em 2009. Em muitos municípios, a recuperação de casas ainda não teve início e a Coordenação Estadual de Defesa Civil expõe uma grande preocupação: pelo menos 20% dos municípios cearenses estão com as respectivas coordenações municipais sem funcionar.
A falta de estrutura compromete o atendimento nos casos de declarada situação de emergência. A segunda parcela dos R$ 80 milhões repassados pelo Governo Federal (apenas um terço do que pedia o Estado) só deve chegar na nova estação.
Em 2009, as águas de açudes arrombados, a maioria particulares, invadiram casas em comunidades ribeirinhas do Vale da Jaguaribe. Temor é que situação se repita.
O recurso financeiro para recuperar o cenário de desastre de 2009 e que chega somente agora compromete as obras que poderiam minimizar os transtornos causados pelas chuvas passadas. Em Limoeiro do Norte, que teve milhares de desabrigados e desalojados pela chuva, as casas atingidas não foram recuperadas, assim como as passagens molhadas situadas nas principais áreas de risco. O recurso ainda não chegou.
De acordo com o relatório da Defesa Civil, os R$ 80 milhões foram usados na recuperação de estradas estaduais e vicinais (de responsabilidade dos municípios), além de reestruturação de barragens, prédios e casas avariados pelas cheias. "Os trabalhos estão sendo feitos e eu tenho ido pessoalmente fiscalizar, visitando os municípios", afirmou o coronel William Lopes, coordenador executivo da Defesa Civil do Estado. A primeira parcela de R$ 40 milhões foi repassada ainda no ano passado. O restante só deverá estar completo no final de fevereiro. Além disso, o Governo do Estado disponibilizou R$ 13,9 milhões, também repassados aos municípios. Até a semana passada, as paredes de pelo menos três barragens ainda eram recuperadas com o recurso referente a 2009. Mas as obras de recuperação estão concentradas nos 104 municípios em que foram homologadas Situação de Emergência. Quem está fora desse cadastro porque não foi atingido pelas chuvas do ano passado, entra 2010 sem que nada tenha sido feito, ainda que exista alguma estrutura comprometida.
Em outros casos, construções irregulares de barragens particulares não tem tido o mesmo monitoramente que as públicas. Em 2009, pelo menos 16 pequenos açudes arrombaram na região jaguaribana, a maioria de propriedade particular, mas que levou a água para os principais rios (Banabuiú e Jaguaribe) e, daí, às comunidades ribeirinhas. "Não temos como acompanhar as barragens particulares da mesma forma que as públicas, mas se existe uma particular que pode afetar a população, é o próprio município que deve solicitar a atuação dos órgãos estatais", explicou o coronel William.
Informações: Diário do Nordeste
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