sábado, 30 de janeiro de 2010

Vendaval destrói plantação de bananas em Limoeiro

Produtores calculam que o prejuízo pode chegar a R$ 3 milhões. Pequenos produtores são os mais prejudicados.
Alguns anos mais intensos que outros, os vendavais que acompanham as chuvas de pré-estação este mês, na Chapada do Apodi, voltam a causar prejuízos a produtores de banana. Em apenas uma tarde de chuva foram devastados pelo menos 800 hectares de bananal do Perímetro Irrigado Jaguarbe-Apodi. O prejuízo, parcialmente contabilizado, pode chegar a mais de R$ 3 milhões. Os produtores reclamam apoio emergencial do Governo do Estado para minimizar as perdas nos bananais, que estavam em fase de colheita.
Para muitos produtores rurais era o investimento pessoal inteiro na agricultura - passar oito meses cultivando a banana para entrar, desde dezembro passado, na fase de colheita, que geralmente dura três meses. O produtor Isaías Carlos perdeu dez dos 12 hectares que plantou de banana e dos quais esperava colher, até fevereiro, 60 mil quilos do produto. Francisco Moreira e Assis Lima também são pequenos produtores e perderam tudo.
"Os custos para manter um hectare são altos, principalmente com energia elétrica. E se os plantios estão destruídos, eles não vão poder nem sustentar a família, muito menos para arcar com essa despesa", explica Raimundo César, o "Alemão", presidente da Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi (Fapija).
RAIMUNDO CÉSAR, presidente da Fapija, constata cenário de destruição após o vendaval que ocorreu na plantação. Reunião será realizada para tentar minimizar os prejuízos.
Para bombear água na Chapada do Apodi, cada produtor gasta mensalmente R$ 130 por hectare, que depois se somam aos custos com herbicidas, equipamentos e trabalhadores para colheita e transporte. Em anos bons, chegam a contabilizar cerca de 15 mil por ano. Mas hoje o que se calcula são somente os prejuízos.
O vendaval ocorreu na tarde da última quarta-feira (27/01), e por toda esta semana tem chovido na região. As bananeiras, úmidas e fragilizadas, têm os troncos partidos ao meio, e as bananas arremessadas ao chão. A cena é a mesma de 2005, quando as chuvas com ventos que chegaram a 60 quilômetros por hora devastaram 390,5 hectares de banana, causando prejuízo de R$ 5 milhões para os produtores. O problema seguiu com menores estragos nos anos seguintes.
O problema atinge plantações dentro e fora do perímetro irrigado, também de grandes produtores. A Delmonte Fresh Produce perdeu cerca de 200 hectares. Na Chapada do Apodi são plantadas diferentes culturas de banana. A mais atingida é a variedade Pacovan, que tem um diferencial: suas árvores são finas e muito altas, e as pencas de banana, concentrando o peso no ápice, não precisam de muito para caírem no chão. Depois dos primeiros vendavais, os produtores começaram a substituir a banana Pacovan por outras variedades, como a prata anã. Mas a Williams é a mais cultivada para exportação.
Na próxima terça-feira, 02 de março, haverá uma reunião com todos os produtores que contabilizaram perdas na sede da Fapija. De acordo com o presidente da Federação, o objetivo é traçar estratégias para minimizar as perdas e conseguir apoio dos bancos onde os agricultores contraíram os empréstimos, além da Coelce e do Governo do Estado. Os produtores aguardam a instalação de um novo reservatório de água, prometido pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e que facilitará o bombeamento de água, também diminuindo o custo com energia elétrica. Em 2009, o faturamento bruto no Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi foi de R$ 26 milhões. Somados aos faturamentos das empresas privadas fora do perímetro, chega-se R$ 76 milhões de faturamento do agronegócio em 2009.
Perdas
R$ 3 Milhões é o prejuízo calculado pelos produtores de banana da Chapada do Apodi por conta do vendaval da última semana. Variedade Pacovan foi a mais atingida pelo fenômeno.
Mais informações:
FAPIJA - Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi
(88) 3423.1386
Informações: Diário do Nordeste / Reportagem e Foto: Melquíades Júnior

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