sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vereadores autorizam pulverização aérea

A votação na Câmara foi apertada. Quatro votos contra, quatro a favor e uma abstenção. Presidente desempatou.
Tensão acirrada nos conflitos da Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte. Enquanto, na tarde desta quinta-feira (20/05), a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, em Fortaleza, discutia os efeitos dos agrotóxicos na saúde da população e do meio ambiente, a Câmara Municipal de Limoeiro do Norte derrubava a lei que proibia a pulverização da aérea no perímetro-irrigado. A decisão ocorreu um mês após o assassinato do líder comunitário José Maria Filho, conhecido justamente pela luta contra a pulverização do veneno.
A matéria só foi colocada em pauta na Câmara minutos antes do início da sessão. A medida gerou confusão e protestos e para continuarem a sessão os vereadores chamaram a polícia. A manobra da maioria dos vereadores para a derrubada da lei que proibia a pulverização área de veneno foi antecipada na última terça-feira pelo Diário do Nordeste.
Até quarta-feira a informação da Câmara Municipal era de que esperaria o laudo da Universidade Federal do Ceará (UFC) com as comprovações de contaminação em todas as 46 amostras de água para consumo humano analisadas na Chapada do Apodi e, só depois, colocaria a emenda à lei em votação.
Indignação e revolta: muitos moradores do município protestaram contra decisão da Câmara Municipal. (Foto: Divulgação/Diego Gadelha)
Mesmo sem os laudos e após uma reunião fechada, os vereadores de Limoeiro do Norte decidiram colocar a questão na pauta da sessão ordinária, que se estendeu por toda a tarde e início da noite de ontem.
Foram quatro votos a favor, quatro contrários e uma abstenção à emenda de revogação da lei que proibia a pulverização aérea. Foi preciso o voto de minera do presidente da Casa Legislativa, Carlos Marcos, conhecido como "Barão", que votou à favor da derrubada da lei.
Votaram a favor da pulverização os vereadores Sebastião Maia, Lúcia Baltazar, José Valdir "do Suburbão" e Gilvan Moura. Já o vereador Francisco Diógenes ("Mixico") se absteve e os vereadores Heraldo Holanda, Hélio Herbster, Maria do Carmo e Nadir Chaves votaram pela manutenção da proibição.
Seguiu-se a aprovação de uma emenda do vereador Valdir, ampliando de 250 para 500 metros a distância entre a pulverização e os canais de abastecimento, e de 500 para mil metros a dispersão aérea do veneno e as áreas residenciais. "É uma tristeza e uma vergonha muito grande como as empresas do agronegócio decidem o destino do município, a começar pelo financiamento da campanha de alguns vereadores", afirmou o padre Júnior Aquino, pároco de Limoeiro e membro da Comissão Pastoral da Terra.
A notícia foi recebida com pesar por pesquisadores e trabalhadores rurais presente a audiência pública na Assembleia Legislativa. Eles discutiam a contaminação por agrotóxicos da moradores da região.
Informações: Diário do Nordeste / Reportagem: Melquíades Júnior

Um comentário:

O Professor disse...

Há um site que tem tudo sobre Câmaras e Vereadores. Eu me cadastrei e recebo todos os dias notícias. O site é:
www.vereadores.net vale conferir.