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quinta-feira, 15 de abril de 2010
Jornal Nacional destaca problemas ocasionados pelas ‘casas de taipa’ em Limoeiro e Quixeré
Depois de uma série de reportagens publicadas no Diário do Nordeste por Melquíades Júnior, no domingo (04/04), o tema ‘Casas de Taipa’ serviu de pauta para uma matéria exibida nesta quarta-feira (14/04), no Jornal Nacional da Rede Globo.
As casas feitas de barro existentes em Limoeiro do Norte e Quixeré, assim como em muitos outros lugares Brasil à fora, revelam a triste realidade vivida por muitas famílias residentes na zona rural dos municípios.
Dentre os problemas relatados na reportagem, o destaque é para o favorecimento da proliferação de insetos, principalmente o barbeiro, transmissor da doença de Chagas. Assista a reportagem abaixo:
Casas de taipa são uma ameaça à saúde
Elas se multiplicaram por causa do baixo custo e da facilidade para construir. Mas a estrutura favorece a proliferação de insetos, principalmente o barbeiro, transmissor da doença de Chagas.
As casas feitas de barro que ainda hoje servem de moradia para centenas de milhares de brasileiros estão no centro de uma questão de saúde pública. Quem conta, do Ceará, é a repórter Aline Oliveira.
Até hoje, elas fazem parte da paisagem do sertão. O agricultor Paulo Ferreira sempre viveu numa casa de taipa, em Limoeiro do Norte, a 200 quilômetros de Fortaleza. "Estou nessa de agora, que recebi de herança e vou ficar até algum dia aparecer meio de levantar de tijolo”, contou.
Segundo o IBGE, ainda existem no Brasil mais de 600 mil casas como estas, feitas de barro e madeira. Elas se multiplicaram nas regiões Norte e o Nordeste do país, por causa do baixo custo e da facilidade para construir. "Só barro, não tem cimento”, explicou uma moradora. O problema é que a estrutura favorece a proliferação de insetos, principalmente o barbeiro, transmissor da doença de Chagas.
"Se aquela infecção for recente, existe a cura quando ela se cronifica você vai conviver com os sintomas, vai lidar com esses sintomas e tentar prolongar o máximo possível a vida do paciente com Chagas", explicou o coordenador de endemias de Quixeré, George Oliveira.
O vento, a chuva forte, tudo isso leva embora rapidamente o barro que reveste a parede das casas de taipa. Quando surgem as brechas pelo lado de fora, elas servem de moradia para o barbeiro e os buracos que aparecem acabam virando porta de entrada para o transmissor da doença de Chagas. Em Quixeré, um dos municípios cearenses com grande número de doentes, os agentes de saúde fazem buscas ao inseto.
Dona Ramilda se mudou da casa de taipa depois que já tinha sido vítima da doença de Chagas. Ela só descobriu porque foi doar sangue. Hoje, teme pelos filhos. "Vou pedir ao médico para dar encaminhamento para fazer os exames porque a gente tem muito medo dessas coisas do barbeiro", contou.
Conseguir morar numa casa de tijolo antes de contrair a doença de Chagas é um sonho para quem ainda vive entre paredes de barro: "Se puder escolher, claro que a pessoa mora em uma casa mais segura".
Fonte: GLOBO.com e Jornal Nacional
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