Empresários com negócios no vale jaguaribano culpam os três níveis de governo pela falta de quase tudo.
Para empresários dos setores do agronegócio e da indústria ceramista da região do Vale do Jaguaribe, a morte do agricultor, comerciante e líder comunitário José Maria Filho, assassinado quarta-feira (21/04), com 19 tiros de pistola e escopeta 12, em Limoeiro do Norte, tem uma causa: a completa ausência do Estado, nos seus níveis municipal, estadual e federal, naquela área geográfica do Ceará. Principalmente na zona rural.
"No interior dos municípios, falta tudo, desde a escola de qualidade à coleta e destinação final dos resíduos sólidos", disse um empresário. Outro, com negócios implantados e em pleno desenvolvimento na Chapada do Apodi, afirmou que não há um só posto da Semace em toda a região onde se localizam e operam as fazendas de produção de frutas, as indústrias de cerâmica e também as de mineração. Igualmente, não há posto de coleta de embalagens de agrotóxicos, apesar de todo o esforço que a Adece tem feito neste sentido. O agricultor assassinato atuava no combate ao uso de agrotóxicos, principalmente nas áreas de produção.
Para quem trabalha na zona rural do vale jaguaribano, não há escola, posto de saúde, coleta de lixo e segurança pública. Ou seja, falta Estado e isso preocupa o empresariado. (Foto: José Wanderley)
Consultados sobre as causas e as consequências da morte de José Maria Filho, os empresários citaram os que consideram os problemas mais visíveis, do ponto de vista social e ambiental: a escola pública oferecida pelos governos municipais à população da zona rural é de péssima qualidade; a segurança pública é precária; os postos de saúde não existem; os resíduos sólidos são coletados e depois despejados em lixões e, às vezes, na calha dos rios; não há na região um só aterro sanitário, e isso causa doenças que atingem principalmente a população infantil. Que o Estado reaja.
Informações: Diário do Nordeste
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