segunda-feira, 11 de maio de 2009

Cogerh pressionada para aumentar vazão das comportas do Castanhão

Um dia depois de aumentar em 200 m³ a saída de água do Castanhão, a Cogerh segura as comportas como estão mesmo com o aumento no volume de água dos dois principais afluentes do açude que já ocupa 95,6% de sua capacidade total.
Choveu forte na região do Cariri de sábado para domingo. Só no município de Carius foram 137 milímetros. A chuva fez aumentar a sangria do açude de Orós, que agora libera 735 metros cúbicos (m³) de água por segundo no rio Jaguaribe. O rio Salgado, outro afluente do Jaguaribe, aumentou a vazão em 200 m³ no fim de semana na altura do município de Icó. Subiu de 440 para 640 m³ por segundo.
As mudanças pressionam a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) a aumentar ainda mais a abertura das comportas do Castanhão. O açude de Orós e o rio Salgado são os dois principais afluentes do maior açude do Estado, que já alcançou 95,6% de sua capacidade total de armazenamento. Até ontem eram 6,4 bilhões de m³ de água no reservatório.
Na manhã de domingo (10/05), a Cogerh planejava aumentar a saída de água do Castanhão de 870 m³ para 1.000 m³ por segundo, repetindo a operação realizada no sábado que elevou a vazão de 670 para 870 m³. Temendo o impacto nos municípios do Baixo Vale do Jaguaribe, que já enfrentam as consequências das enchentes, a Cogerh voltou atrás na segunda avaliação de domingo, feita à tarde, e decidiu adiar a abertura das comportas. “Ontem tivemos a folga do Banabuiu. Hoje não temos. Sabemos que as cidades do Baixo Vale vão sentir se abrirmos, por isso adiamos. Como o Castanhão ainda pode reter um pouco, vamos aguardar esta segunda-feira (11/05)”, afirma Yuri Castro, assessor da Cogerh.
No sábado, a vazão do açude de Banabuiu, outro afluente importante do rio Jaguaribe, diminuiu em 200 m³ com o estreitamento da abertura das comportas. Dessa forma, o aumento da vazão do Castanhão foi neutralizada. De acordo com Yuri, os efeitos da cheia no rio Salgado e no Orós chegam gradativamente ao Castanhão, o que dá mais tempo para a equipe decidir o que fazer. Mesmo com o açude perto do limite, a Cogerh quer evitar jogar mais água no rio Jaguaribe, resguardando os municípios que margeiam o rio em seu percurso abaixo do Castanhão.
Itaiçaba e Limoeiro do Norte, municípios já em estado de emergência, estão entre as cidades mais ameaçadas pela vazão do Castanhão junto com Tabuleiro do Norte, Russas e Jaguaruana. Mesmo elevando a saída de água para 1.000 m³, como cogitou a Cogerh, o Castanhão vai permanecer utilizando mais de 95% de sua capacidade total. Yuri não arrisca prever como o açude deve se comportar nesta segunda-feira ou que estratégia a Cogerh deve adotar. “É uma operação tão dinâmica, decide-se uma coisa de manhã e de tarde muda. Se cair muita água na região acima do Castanhão ou lá embaixo, altera totalmente o que se pensou hoje”.
E mais
> Até domingo, a entrada de água no Castanhão permanecia em 1.050 m³ por segundo mesmo com o aumento da vazão do Orós e do rio Salgado.
> As cidades do Baixo Vale do Jaguaribe mais ameaçadas pelo Castanhão são Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte, Russas, Itaçaba e Jaguaruana.
Informações: OPOVO.com.br

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