sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mudança no modelo do mestrado profissional

Programa de inovação tecnológica da Capes só usou R$ 20 milhões dos R$ 150 milhões em caixa.
A Capes vai introduzir mudanças no modelo do mestrado profissional e espera a adesão dos bons cursos Master in Business Administration (MBA), informa o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães. “Dentro de alguns dias vamos ter uma portaria disciplinando o modelo do mestrado profissional”, disse ele.
Em visita ao Centro de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) em Limoeiro do Norte, ele assinalou que os MBA só têm vantagem ao entrar para o mestrado profissional, porque ganham o aval da avaliação e acompanhamento da Capes. Jorge Guimarães destacou que a modalidade tem a mesma validade nacional do mestrado acadêmico, sendo importante nos planos de carreira de todas as carreiras, sobretudo as do setor público.
Sala de vídeo-conferência no IFCE, Campus Limoeiro do Norte.
De acordo com Guimarães, o novo mestrado vem com uma fisolofia nova de avaliação, em que contam ponto os indicadores de prestação de serviços, consultoria, patente, software, protocolo de pesquisa ou de serviços. “Abre muito o conceito que a gente tem de indicador só de dissertação”, ele observa.
Numa videoconferência de Limoeiro do Norte para as unidades do IFCE em Sobral e ao Instituto Centec em Fortaleza, o presidente da Capes, Guimarães informou que o novo mestrado profissional vai ser dedicado às áreas de gestão da educação, gestão da saúde, às áreas tecnológicas e de serviço. Indagado sobre a atuação da Capes em relação à inovação, o presidente da agência de fomento do MEC informou que foram aprovados cerca de R$ 20 milhões para 12 a 13 projetos dos R$ 150 milhões do edital de fluxo contínuo com isenção fiscal de até 85% para empresas. Outros projetos estão sendo examinados.
Numa avaliação do programa de incentivo à inovação tecnológica da Capes, o presidente da agência observou que o maior enguiço é devido ao fato de que a maioria do Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) não funciona. Para concorrer basta ter projeto aplicável, nem precisa ter empresa. Porém é obrigatório que seja de instituição de ciência e tecnologia do setor público e atenda à necessidade legal de passar pelo NIT. É objetivo da Capes que estes Núcleos funcionem.
De acordo com Jorge Guimarães, quando esta ação da Capes em parceria com os ministérios da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento Econômico tiver R$ 80 milhões de projetos contratados, o ministro da Educação, Fernando Hadadd, irá chamar os bancos para financiar a iniciativa. A lei que rege a programa, segundo ele, não exclui o setor de serviços, como os supermercados que podem financiar agricultura orgânica e as empresas de transportes.
Jorge Guimarães visitou o IFCE com o reitor Cláudio Ricardo Gomes de Lima e o superintendente do Instituto Atlântico, José Eduardo Martins, sendo recebidos pelo prefeito João Dilmar e pelo secretário Mailson Maia. O presidente do Atlântico, Cláudio Violato, vice-presidente de Tecnologia do CPqD, decidiu instalar uma unidade em Limoeiro do Norte. O Atlântico, que tem filiais em Sobral e São Paulo, iniciou interlocução com o NIT do IFCE em Fortaleza para projetos em parceria.
Depois de visitar os laboratórios dos cursos do IFCE, Jorge Guimarães disse que “poucas universidades têm curso de pós-graduação com uma estrutura dessa”. O reitor Cláudio Ricardo apresentou pedido de apoio ao presidente da Capes para a criação de um curso de mestrado e um de especialização em educação profissional e tecnológica para atender as demandas do programa Brasil Profissionalizado no Ceará e um doutorado para o IFCE.
Foi pedido ainda reforço de doutores para as unidades do IFCE em Limoeiro do Norte e Sobral, além de criar espaço para os professores da instituição fazerem mestrado e doutorado. O reitor solicitou ainda bolsas para os professores das 10 extensões que estão sendo construídas no interior do Ceará com emenda de R$ 18 milhões da bancada do Ceará e dos Centros de Inclusão Digital (CID). O presidente da Capes anunciou que já foi redigido um programa novo para levar doutores senior aposentados para universidades no interior, que ficariam cinco anos para nuclear programas de pesquisa.
Guimarães sugeriu aplicar no Ceará o programa realizado pela Capes em países africanos que dá bolsa para estudantes virem a universidades brasileiras durante dois meses nas férias para um período de aprendizado. No caso, viriam alunos do segundo grau do interior para o estágio no IFCE que serviria para descobrir talentos e fomentar interesses em profissão na área de ciência e tecnologia.
O presidente da Capes foi enfático ao recomendar à rede de IF para não entrar em cursos de pós-graduação na América Latina que chamou de “educação comercial que o Brasil condena, cursos de férias, de fim de semana”. Há excecelente acordo com a Argentina, mas há duas ou três instituições que furaram o acordo, disse ele, ao informar que o caso está sendo enfrentado com muita firmaza pela Capes, que não homologa os diplomas e colocou estes cursos na lista negra.
“Tenho visto professores do IFET fazendo isso, que não conta com a nossa simpatia. Acho um absurdo tendo quase 4 mil cursos da pós-graduação no Brasil e com 180 mil alunos”, disse Guimarães. O presidente da agência advertiu que vai tirar do portal da Capes as instituições que não atenderem à recomendação, com prejuízo de R$ 300 mil por ano para elas.
Com relação à agenda do Ceará, ele pediu para marcar a próxima reunião. “Levo a confirmação de um trabalho muito bom no Ceará. Estou seguro de que os estudantes desta instituição estão sendo muito bem atendidos, aproveitando a chance de uma educação pública de qualidade que o Brasil precisa”, afirmou o presidente da Capes. Os países desenvolvidos não abriram mão da educação profissional, a Espanha, França, Itália, Alemanha e Estados Unidos, disse ele.
Informações: Flamínio Araripe, desimbloglio.blogspot.com

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